quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

É NATAL... E EU... NUA!


É NATAL...
E EU... NUA!
E o dia esperado, já é contado nos dedos...
Impacientes, pela criança que espera o Papai Noel, com seu saco de presentes, e dentro dele, "AQUELE", escolhido por ela, sussurrado a ele em segredo, à noite, em suas orações.
Ansiosos pelas mães, que anotam em seus caderninhos o cardápio do dia, as providências a serem tomadas, para que tudo esteja perfeito para a chegada dos filhos e netos, que encherão a casa de ruídos, de risos, de uma alegria, há tanto tempo ausente!
A expectativa de rever uma mesa rodeada de pessoas queridas não tem preço, só é vencida pela alegria, muito maior, de ver concretizado o sonho.
Um conversê, um alarido, que ficará ressoando por muito tempo depois, nas lembranças rememoradas, dentro da saudade, que com certeza, virá!
NATAL!
E andando na rua, já vemos tudo decorado, tornando a expectativa ainda maior, com o colorido, brilho e músicas de natal.
As vitrines nos convidam a entrar.
Um vestido novo seria bem vindo para uma linda festa!
Mas uma dúvida me bate fundo, no coração...
Não sei se preciso de algo novo para vestir, ou se preciso me desvestir?
Há um quê de acúmulo material no ar, que nos leva junto, na mesma corrente, e enchemos nossas casas de adereços, nossos corpos de adornos, e nossos filhos de mimos materiais.
E como parte dessa mesma corrente, vamos nos atrelando aos seus elos, prisioneiros do que nem precisamos, e talvez, nem mesmo queremos.
Apenas é Natal, e tudo isso é normal e faz parte.
Afinal, venho vivendo assim, há anos... anos... anos...
Mas agora, sinto que preciso me desvestir, como se meu próprio corpo fosse demais, um peso que carrego, e fui acumulando sobre ele tantos adereços para me fazer mais bela, mas na verdade, apenas o tornei mais pesado.
Decidi que não quero um novo vestido, sequer um belo adereço, também não posso me desvestir do meu corpo, mas posso me fazer mais leve.
Posso desvestir-me das vaidades que me tornaram elos da corrente que me aprisionou, das atitudes inconsequentes que me aprisionaram às inseguranças, e posso também me desvestir das presenças das pessoas que só me enxergam vestida e adornada.
HOJE COMEÇO A ME DESPIR.
Tenho agora, outros motivos para contar nos dedos, os dias que faltam para chegar o NATAL, e será, com certeza, o melhor natal da minha vida.
Estarei lá, como sempre, minha mesa estará posta, com todos os mimos, com a mesma alegria, com um amor diferente, maior ainda, e eu estarei presente vestida de mim mesma!
Vou estar muito mais atenta às conversas, vou colher e apreciar cada palavra e cada sorriso, com os olhos, de um novo coração, renascido das cinzas dos meus adornos.
Estarei mais presente do que nunca!
Nua das coisas impostas pelo mundo, carregada do que tenho de melhor para doar e para viver.
Meu adereço?  O meu sorriso!
Usá-lo-ei, como nunca!
Recuperarei  e compensarei o tempo que tantos brilhos ofuscavam minhas lágrimas!
É NATAL!
E EU NUA,
VESTIDA DE MIM! 

Irani Martins  

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

VOCÊ SABE O QUE É FELICIDADE?


VOCÊ SABE O QUE É FELICIDADE?

E tem aqueles dias...
Que acordo...
E comigo acorda, também,
A nostalgia!
Companheira nas minhas saudades.

E o alvo da minha saudade,
Faz-se tão presente!
Veio montada nas lembranças,
Enquanto olho a paisagem da janela,
E deito coalho no leite,

Penso no que pensava ela, nos idos dias,
Em que media o coalho,
Drenava o soro,
Enformava a massa,
Fazia o queijo,
Um único queijo...
Que resultava em benefício para os seus...

Vendido, retornava a casa,
Transformado no que mais precisava no momento.
Somente alguém que sonha,
E busca soluções,
No quintal do seu próprio coração,
Sabe transformar coisas...
Sabe ser poderosa...
Tendo apenas um só queijo nas mãos!

E me vem à mente outra lembrança,
Quase igual, em época diferente,
Só que dessa vez,
Era eu quem sorava o leite,
Era eu a fabricar o queijo,
Ela me observava fazendo o que  me havia ensinado.

Fiz o primeiro queijo...
Enquanto ela me olhava,
E já me preparava para fazer o segundo queijo...
Quando ela me interrompe dizendo admirada!:
- Irani, você faz dois queijos?
- Como você é sortuda!
Meu Deus, que cena emocionante!
Que lição me enviaste, através dela...
Que sutileza a sua!

Voltei no tempo,
E revi a ela  fazendo o seu queijo,
E mais que nunca, entendi o valor daquilo para ela.
E ela ali...
Olhando-me...admirada...
De toda a minha riqueza!!!!
E eu..
Conclui meu queijo, salgado...
Pelas lágrimas que não consegui segurar.

E agora,
Enformo meu queijo...
Cuido do meu tesouro...
Coração apertado pela saudade,
E relembro das suas palavras...
Não há como não me emocionar novamente!

Colho e recolho a lição...
Elas chegam nas entrelinhas da vida,
Basta fazer a leitura,
Felicidade...
Para ela era um queijo,
E eu com dois, sei o que é?

Irani Martins
23/11/2015




segunda-feira, 2 de novembro de 2015

CASA ARRUMADA

Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas…
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida…
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto…
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos…
Netos, pros vizinhos…
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias…
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela…
E reconhecer nela o seu lugar.
Texto de Lena Gino

sábado, 17 de outubro de 2015

A SOLIDÃO FINAL.



A solidão final


Quisera nunca saber o que é a solidão,

Quisera nunca sentir,

 o som desse silêncio atroz,

Quisera nunca encontrar vazio,

O espaço que me preenche de ti.

Mas não é de querer,  que é feita a vida,

Não é de sonhar que se constrói a jornada,

Não é chorando que vou regar minhas plantas,

Que semeei...

sorrindo contigo,



A dor é grande, nesse vazio que fica,

O silêncio favorece o eco,

E a dor encontra sua voz que fala através do nada.

Quisera nunca Ter me encontrado com ela!

Solidão de ti,


Dor do vazio, sem você...

Já não vou mais chorar,

Água salgada,

 não alimenta as flores do meu jardim...

Os dias vão ficando curtos...

E o tempo escasso...

PRECISO CUIDAR DE MIM!!!!



Há ainda, uma solidão que virá,

causando uma dor diferente,

E será a maior de todas elas,

E dessa vez nem poemas, nem canções,

Retratarão o vazio dessa solidão.

Nada estará ao nosso lado...

O silêncio perdurará...



De dentro...

o medo se pronuncia silencioso,

De fora...
A covardia dos sem palavras,

produzirá um silêncio maior,

E por companhia...

Um coração que bate no ritmo do medo,

E estarei só...

Para receber a morte que chega,

Implacável!



Irani Martins





quarta-feira, 14 de outubro de 2015

E A SAUDADE DELE TÁ DOENDO EM MIM!!!!!

MEU PAI ANISIO,
Se estivesse aqui...
Hoje seria aquele dia, não mais especial que tantos vividos com você, mas especial, pelo seu jeito de fazer as coisas no SEU DIA.
Tomava seu café da manhã vestido com seu roupão, após seu banho costumeiro, e nós, ansiosos, aguardávamos para te presentear.
Então, você se virava na cadeira e dizia:
Pronto, podem fazer a fila.
Era uma fileira de filhos, com alguma coisinha na mão.
O valor estava no ato de ali estarmos, de homenagearmos sua importância nas nossas vidas, pois o conteúdo nas mãos não tinha muito valor.
Mas o seu sorriso!!!! A sua alegria, o seu jeito de gostar daquilo, era tão especial, que até hoje, sou eu quem recebo o presente, relembrando você.
Detalhes tão pequenos de nós dois, são coisas muito grandes prá esquecer...
Te amo, te amarei para sempre!!!!!
E A SAUDADE DELE TÁ DOENDO EM MIM!!!!!
Irani Martins

domingo, 4 de outubro de 2015

RETORNANDO À MINHA CAÇA AOS TESOUROS... ENCONTREI UMA PÉROLA!


   PATOLOGIAS DA FÉ ...!


                            José Mauro de Toledo



    " Deus come escondido...
      E o diabo sai por ai,
      Lambendo os pratos ! " Guimarães Rosa.

                             *

   Valha mais
   Um graças a Deus...

   Do que um simples Amém !

   Pois estabelece movimentos
   Circunstâncias
   Valores...
   Acima do que se possa
   Compreender !

   Um Amém...

   Pode determinar mera
   Submissão
   Ou desconhecimento...

   É como fé acomodada
   Nas palavras...
   Sem que se arregacem 
   Mangas...
   Se caminhe... Avance

   Abram-se sulcos
   À dificuldade !

   Render graças...

   É exaltar o próprio suor
   Convencer-se
   Da justa batalha...
   Dispendida...

   À vigília do Criador !

   Ou de hostes supremas
   Que nos inspiram
   Estimulam...

   O nobre da luta !

   
   Não que se queira imputar
   Dúvidas a esse Amém...

   Mas... Às intenções mecânicas
   Que o expressam !

    A vontade Divina se fez...
    Ao nos disponibilizar 
    A vida !

    Mas sem estabelecer facilidades !

    Existir...
    É ação trabalhosa
    Que deve enriquecer a alma !

    Uma prestação de contas
    Que não cobrará
    Juros abusivos
    Ou eventuais devoluções...

     Mas dividendos de Sabedoria !

     E... Graças a Deus...

     Que a vida seja assim !
    

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A TREVA E A LUZ!

A TREVA E A LUZ

Negra é a treva,


Mas, muito mais escura é a treva do coração.
A bruma negra que absorve,
Qualquer luz que se atreva.

Negra é a visão, destituída da luz,
Que vê o que não quer,
E tem como certa a mentira,
Disfarçada de verdade.

Negros sãos os pensamentos,
De quem não vê sua luz,
Tão escondida se encontra dentro da sua amargura.

Mas existe uma luz, única que tudo muda.
Luz radiante, que dissipa trevas,
E ofusca a tristeza...de se sentir só.
È a luz dos teus olhos, quando brilha para mim.

Olhos que brilham concomitante o sorriso,
Que diz, sem palavras, sem gestos, e me toca,
Faz sentir-me amada, querida, apesar de mim.

E dentro da minha tristeza,
Um raio de luz se projeta... tímido,
E ganha força, conforme te olha nos olhos,
Reconhecendo os sinais...
Do amor que vens a me dar,

Quanto esperei por ti...
Sorrindo assim para mim...
Que mesmo sem me tocar...
Traz-me abraçada assim,

Te aproximes amigo querido,
Tua presença muito fez falta,
Tua luz que ilumina as minhas trevas,
Esteve por demais ausente;

Pudesse eu te prender,
Com meus braços... assim feito laços,
Não deixaria que fosses,

Tenho te procurado,
E pouco tenho te achado,
Descubro naqueles que encontro,
Luz débil, de pouco afeto.

Amigo, é mais do que tenho,
Amigo é para essas horas...
Que o que sou... é peso, é cansaço,
E o que não sou... é tão difícil de ser!

Amigo é o que me aceita,
Com todos os meus defeitos,
Que chega com sua luz,
Ilumina o meu caminho,
Dissipa as minhas trevas
E traz consigo carinho.

Amigo é este que toca com o coração,
Abraça com emoção,
Dá colo sem tocar a mão.
Chega, fica, ouve, aconselha,
Mas acima de tudo...
Entende minha treva,
Seu sorriso é fio de luz,
E aceita minha imperfeição.

Amigo...
Quanta falta fazes aqui.


Irani Martins
02/004/2010


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A DOR ... QUE DÓI !















A DOR... QUE DÓI.
E tem aqueles dias que temos que ser de ferro.
E como ser ferro, quando somos apenas um amontoado de emoções, abraçadas por esse corpo frágil que tudo absorve?
E os doentes do físico e da alma que nos rodeiam, esperam que sejamos seu esteio.
E. vamos sendo, assim, um remendo de força....
Cabeça erguida, coluna ereta, vamos tentando ser!
Apoiamos-nos em muletas que criamos para nos ajudar nessas empreitadas da vida.
Mas, contudo, seguimos em frente.
Vezes há que conseguimos ter palavras no momento preciso, ações nas horas mais difíceis, mas há também os dias, as horas e tantas vezes que a covardia nos acorrenta, nos imobiliza.
Parece que se esgota em nós a fonte de palavras consoladoras.
Não é um cansaço, mas “um que” de não conseguir olhar nos olhos que sofrem, por não alcançar a profundidade da dor, e não saber mais os recursos verbais que amenizam.
Os olhos buscam esperança, não mais apenas palavras!
E a covardia que se apossa de nós, nos pede para sair de cena, mas uma covardia maior ainda, aquela que nos coloca a mercê dos julgamentos sobre nossas ações, nos segura mais um tempo.
É um doer doído!
Dói ver e não agir. Dói olhar os olhos que gritam em silêncio e não saber mais o que dizer,
Dói... dói...Dói não saber plantar novas esperanças...
Não saber curar com as mãos, não ter o remédio para essa dor, que passa a doer aqui também!
Só resta então... um último recurso, orarmos juntos, mesmo em silêncio, pois até o convite é  mudo.

Irani Martins
21/09/2015

MEU PÉ DE MANGA ROSA


MEU PÉ DE MANGA ROSA
Lá está ele,
No mesmo lugar onde foi plantado.
No pé da rampa que desce ao quintal.
Quando passo pela varanda há entre nós um diálogo silencioso...
Eu lhe falo das minhas lembranças, conto da minha saudade;
Dos dias idos, em que tu colhias, ao amanhecer, as mangas caídas ao chão;
De como gostavas de chupá-las, sugando pelo biquinho;
De como o considerava -“O PÉ DE MANGA ROSA” - um manancial de gostosura;
Contei que fazias montinhos de mangas e voltava recolhendo em uma cesta;
E quando se ia, levava consigo seu tesouro infinito de sabores.
E em nosso diálogo silencioso, ouvi o meu pé de manga rosa;
Ele me disse coisas, que vão além das minhas lembranças...
Além da minha saudade...
Falou-me sobre olvidar o tempo;
Sobre a colheita que não fiz;
Disse-me que colhi lembranças...
De falar dos vários tons das suas cores;
Das cenas que guardei e estou a lembrar;
E, contudo, não colhi o sabor de experimentar “juntinho” o sabor da manga rosa no biquinho;
De juntas fazermos a colheita de suas mangas;
Olvidei o tempo, achando que faria dele lembranças também.
Mas o tempo não para. Ele não esperou por mim e passou!
E com ele, passou o momento da verdadeira colheita...
Quatro anos depois...
O pé de manga rosa volta a florir;
E está carregado de mangas, prometendo uma safra longa de doce sabor;
E você não as colherá...
E eu, só tenho as lembranças colhidas,
E colho agora, a eterna saudade de você.
Te amo, mãe querida,  para todo o sempre!

Irani Martins

21/09/2015

domingo, 30 de agosto de 2015

O BRASIL QUE OLHEI E NÃO VI... E VOCÊ JÁ VIU?

O BRASIL QUE OLHEI E NÃO VI.
VOCÊ VIU?
  


Há quase 40 anos atrás, vivi a aventura de viver e conhecer as terras do estado do Mato Grosso. (naquele tempo, só Mato Grosso mesmo.) 
Para esta empreitada, num fusca, tínhamos uma jornada de 600 km mais ou menos, de chão de terra batida, como se dizia na época. 
E para atravessar do estado de S. Paulo para o Estado do Mato Grosso, havia que atravessar o Rio Paraná e isso era feito de balsa, o que demorava em torno de uma hora, a travessia.
Hoje a travessia é feita pela ponte Rodoferroviária.




Atravessávamos o Chapadão do Mato Grosso, onde havia uma única parada, denominada "VACA PARIDA", não me pergunte o porquê do nome. Gente, o banheiro era daqueles de casinha e buraco no chão. (caso alguém não saiba o que é isso, pesquisem no Google).
E era lá na "VACA PARIDA" que descansávamos da viagem. (ou não)
Pisei estas terras, considerando estar vivendo a maior das aventuras.
Sentíamos-nos pioneiros, mesmo que tantos já haviam vivido o mesmo antes de nós. 
E chegamos às terras mato-grossenses, que margeavam o Rio Araguaia, na divisa com Goiás.
Instalamos-nos na cidade de Alto Araguaia (MT), para trabalhar no Banco do Brasil.
Energia elétrica era de uso diurno, um tanto contraditório, mas era mesmo assim. Fazia parte do enxoval, um lampião a gás, e quem não tinha, precisava providenciar. Fui feliz, ganhei o meu do colega José Maria.
Terra de gente aconchegante marcou a memória e o coração.
Instalamos-nos, e a vida parecia uma festa, pois todo dia tinha um novo convite, para um encontro na AABB, à luz de lampião, ao som de um violão, e a comida, era o menos importante, porque um pão com linguiça era um maná dos Deuses na companhia dos colegas e tendo a Dilma ao violão.
Bons tempos!
E hoje, voltando de uma viagem a Coxim (MS), olhando o progresso ao longo da estrada, observando com outros olhos (diferentes da forma que via naquela época), percebi, que vivi nestas terras um tempo e não a vi. Não vi nada do que estou vendo agora.

Benditos todos que veem além das aparências.

Benditos os que viram que as terras do cerrado, tão criticadas por tantos que as viam como "terras fracas" "inférteis", as terras do Chapadão Mato-grossense, tão "árida", poderiam se tornar nesse espetáculo que aqui vejo.
Novas cidades fundadas ao longo desses anos. As fotos aqui postadas são do trecho que vai de Costa Rica (MS) a Chapadão do Sul (MS)


Roças de algodão, um mar branco que emenda com o azul do céu.




 
                 


 Os rolos de algodão colhido aguardam transporte ao longo da estrada. E o transporte é feito de trem (FERRONORTE) e caminhões.


Agora as terras descansam para a próxima safra. Assim que a chuva chegar, é a semente do milho que deita ao chão para germinar.
Os seringais já fazem parte da paisagem, originando novas fontes de trabalho, com moradias aos trabalhadores no sistema de parceria.









As plantações de eucalipto estão em crescimento, contribuindo para a indústria de celulose e ao mesmo tempo colaborando com a ecologia.













A pecuária ainda permanece, em comunhão com as novas produções, pois entre um plantio e outro o gado se alimenta dos restos da safra.


A tecnologia chegou e ficou. A concepção de fazenda que tínhamos, não mais existe, neste cenário. Agora as fazendas são celeiros enormes para estocagem das produções, com infraestrutura tecnológica necessária ao acompanhamento do mercado para comercialização à distância.























As estradas precisam sim, serem melhoradas, porque o fluxo de veículos cresce consideravelmente, devido ao progresso, e a necessidade de transportar as safras colhidas e comercializadas. Mas nada de chão batido, como os que percorri.

Além das aparências...
Além das aparências, havia terreno fértil, onde a semente havia de germinar, florir e multiplicar.
Precisava dividir com vocês a beleza que eu vi.
Esse é o Brasil que poucos veem.
O Brasil que eu não vi, quando quis retornar ao meu estado.
O Brasil que muitos não veem porque julgam que o progresso está nos lugares mais populosos.
Esse é o Brasil que a maioria dos brasileiros não conhece.
E você viu?
Coloco aqui fotos para ilustrar o que vi.
ISTO É BRASIL!

Irani Martins