BRISA OU BEIJA
FLOR,
Hoje não encontrei você!
Palavras e gestos, repelidos pela
parede invisível...
Tão visível para mim, torna-me impotente!
Um silêncio feito de ausências...
De palavras, de gestos, de sorrisos,
Tal qual uma estátua viva...
aí estás!
Vejo-te!
Mas nem me percebes...
Vives sozinho, tuas incertezas e tristezas,
Teces, com teu silêncio, um
abismo entre mim e ti.
E eu, tal qual beija flor,
sedenta do seu néctar...
Voo à sua volta... sedenta de
algo seu.
Pouso, suavemente...
meus lábios, com
cuidado,
para que não te assustes,
Quero que despertes,
Mas...
Te quero doce!
Se não consigo meu intento,
Sou força,
sou vento que se contém,
E tal qual a brisa,
Pouso um leve beijo nos seus cabelos,
já brancos,
Assim, como os meus,
Que contam os anos...
O tempo,
As alegrias, tristezas, desencontros e vitórias,
E narram a longa história...
De amizade e amor que sobrevive a
todos os abismos,
Transformamos a impaciência e a urgência...
Em dias de ser...
brisa, beija flor, ou
borboleta.
E por todos esses dias,
em que essa transformação
aconteceu...
É que hoje...
embora assim,... envolto em
seus abismo...
Ainda somos,
VOCÊ e EU
Irani Martins
24/10/2014